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Avatar de Bordas da Alma

A ideia do “Método Tarkovski” é um bálsamo para quem já se perdeu em labirintos narrativos: “não estou entendendo nada, mas tá bonito, segue o jogo.” Que sorte a nossa poder nos deixar levar pela beleza do tempo cinzelado, pela presença do divino nas imagens, mesmo sem uma linha clara de história.

Sua reflexão me fez lembrar como, muitas vezes, o que nos toca na arte não é a trama, nem a explicação, mas o espaço aberto entre as coisas, esse lugar onde o silêncio, a cor, o tempo, a sensação, criam um universo próprio.

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Avatar de bianca lais

adorei seu texto, Isadora! pensar no valor da forma separada do conteúdo é o tipo de exercício que tenho me proposto desde que li um prefácio do Vladimir Nabokov falando que sua motivação para escrever "Lolita" eram as imagens bonitas. foi um pouco chocante por tudo o que o livro representa. desde então tenho me amparado na frase de Oscar Wilde sobre a arte refletir o espectador/leitor e não precisar carregar valor moral, e na proposta de Susan Sontag contra a interpretação - o que me fez começar a ler o seu texto. essa conexão com o sensorial sem explicação, sem porquê, só pelo deleite do sentir, de apreciar a beleza ou o grotesco, o prazer e o incômodo, tem se tornado raro; e eu tenho minha parcela de culpa ao estudar e fazer análises de conteúdo sobre produtos artísticos. acho que dá pra equilibrar as duas coisas e perceber que aquele "guilty pleasure" pode ser muito digno de respeito por causar esse sentimento arrebatador de êxtase pelo que ele é e só. sem que a gente precise explicar ou saber o porquê.

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