Eu não lembro bem quando começou minha relação com Gilmore Girls, qual foi o primeiro episódio que eu vi, de qual temporada. Eu só me lembro de que em algum momento aquelas personagens estavam ali, de que quando os DVDs com as temporadas começaram a sair, eu pedi de presente em cada aniversário e fim de ano até ter a coleção completa. Eu só sei que em algum momento, sem eu racionalizar, aquela era minha série preferida e, mais que isso, uma parte da minha personalidade.
Eu sei que se identificar com a Rory é polêmico ( mas eu, pessoalmente, ODEIO a Lorelai e acho que ela é no fundo péssima mãe, então enfim), mas eu vou sempre defender a importância de lá nos meus 14 anos encontrar de tarde uma série em que uma das protagonistas engolia um livro depois do outro e orientava toda sua vida para a faculdade que ia entrar. Ela tinha namorados, eu também tinha, mas a coisa, o norte, o ponto era uma realização profissional e aquilo traduziu em palavras todas as sensações que eu não sabia nomear.
Eu sempre fui ambiciosa. E quando eu falo sempre é de ser uma criança de 7 ou 8 anos dizendo que quando crescesse queria ser “famosa". Desde que eu tenho alguma noção de quem eu mesma sou quem eu sou é uma pessoa que quer grandes coisas, muitas coisas, quer tudo que pode ser querido. Quer uma vida grande.