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Um diário de leitura de Ghosts, da Dolly Alderton

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Isadora Sinay
abr 25, 2024
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Toda vez que eu sinto que não sei o que quero ler, que tudo parece um esforço, que corro o risco de empacar em qualquer coisa e passar duas semanas sem abrir um livro, eu paro tudo e pego algo no gênero que passei a chamar de “genérico de Sally Rooney": livros sobre millenials vivendo a vida e se relacionando. Nenhum deles bate exatamente como os dela, nenhum deles me faz ficar olhando para o vazio e pensando na falta específica que a Marianne carrega e como ela se parece com a minha. Mas eles sempre tem duas coisas que me fazem seguir em frente e evitar a temida leitura empacada: uma história de gente se relacionando e um senso de espaço.

Em todos os livros desses que eu li — Exciting Times, Cleopatra e Frankenstein e agora Ghosts — esses personagens habitam uma cidade e a materialidade dela determina suas vidas e relações. Em Exciting Times a protagonista é uma irlandesa vivendo em Hong Kong e muito do que ela passa está diretamente ligado a esse deslocamento da vida normal e ao quão diferente Hong Kong é de Dublin, principalmente como as relações entre classes sociais se dá diferente. Em Ghosts, que eu acabei de começar e que em português saiu como Oi,Sumido, as possibilidades da vida em Londres aparecem como metonímia para muitas das possibilidades da vida adulta.

A protagonista do livro, Nina, tem 32 anos e acabou de comprar seu primeiro apartamento em Londres. Ela também está lançando o segundo livro e finalmente baixa um app de namoro depois de um tempo se recuperando do fim de um relacionamento longo. Todas essas coisas aparecem como interligadas: o livro, a compra do apartamento e os 32 anos como esse ponto em que você não é mais uma iniciante, nem na vida, nem na sua carreira. Em que a vida começa a parecer algo mais deliberado e um bairro é uma escolha.

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