Dois meses atrás, quando eu estava vendo a segunda temporada de The Bear, obtida ilegalmente (ela chega no Star+ dia 23 agora, então essa resenha está curiosamente em tempo considerando que eu levei todo esse tempo pra escrever), eu notei que o sexto episódio tinha uma hora inteira. Quase qualquer pessoa que me segue na internet sabe que, exceto por romances até o século 19, eu sou contra qualquer coisa longa. Filme de três horas, episódio de série com mais de uma hora, tudo isso em geral só serve para o ego do criador vencer a história. O filme de três horas é o alongador de pinto do homem criativo e tenho dito (sim, eu estou falando de O Poderoso Chefão).
Porém, The Bear é uma série tão perfeita e justamente tão consciente do seu minimalismo como um ponto forte que eu decidi ter boa vontade. (Gostaria de parar aqui e dizer que teve um ponto de Oppenheimer que eu também tive boa vontade com as três horas de filme. Aí o Nolan cagou. Mas isso é assunto pra outra newsletter). É maravilhoso quando uma obra faz escolhas formais tão deliberadas que quebrar esse formato é igualmente deliberado e, portanto, justificado. The Bear sabe que é uma série de meia hora, então quando ela vai a uma, ela vai te dizer por que.