Em junho eu saí um pouco do mar de lama que foi maio, entreguei uma tradução dificílima (que estou empolgada e nervosa pra ver sair) e vivi aquele “quase lá, mas não ainda” que é fim de semestre. Pelo menos eu finalmente voltei a ler e ver coisas, então vamos lá.
O que eu li: Terminei Pergunte ao Pó, do John Fante para o ciclo de leitura que ainda está rolando e gostei muito de revisitar um livro que eu tinha lido quando era tão novinha quanto o Arturo Bandini. A prosa é uma coisa incrível, mesmo que as vezes fique bem claro porque ele era o autor preferido de todo homem presunçoso que eu já peguei. Li também Either/Or da Elif Batuman, que pensando agora é quase uma versão feminina do Pergunte ao Pó. Gostei mais de A Idiota, mas ainda achei interessante toda a investigação a respeito do que é ser uma pessoa. Os assinantes pagos receberam um diário de leitura desse.
Na internet eu li essa newsletter da Carmen Maria Machado sobre a Taylor Swift (!!!) em que ela reflete sobre controle, narrativa e domínio da sua persona
E foi meio que isso porque infelizmente minha leitura andou (Either/Or é bem grande e estou terminando Psicopata Americano, que também tem lá suas 400 páginas), mas estou atrasadíssima nas newsletters e textos variados que salvei.
O que eu vi: Eu vi bastante coisa, segurem aí. Primeiro vi O Espelho Tem Duas Faces, uma comédia romântica meio desconjuntada, mas gostosinha, dirigida pela Barbra Streisand (na HBOMax). Depois, em um fim de semana que tive a pior gripe em muito, muito tempo vi Para Todos os Garotos Que Já Amei 2 e achei fofa, mas qualquer coisa. Uma pena porque o primeiro filme é ótimo, mas esse parece demais filme do meio de trilogia e ele coloca um triângulo amoroso nada a ver, o John Ambrose tem muito mais a ver com a Lara Jean, o Peter só tem a cara do Noah Centineo, o que eu vou admitir que é uma bela cara, mas não é suficiente (na Netflix). Fui ao cinema de rico perto do meu trabalho ver Velozes e Furiosos X, uma franquia em que carrinhos seguem fazendo vrum e portanto eu sigo amando. Com minhas capacidades mentais recuperadas assisti O Sacrifício do Cervo Sagrado, segundo filme em inglês do Yorgos Lanthimos e ainda estou traumatizada e encantada pela experiência (na HBOMax).
Daí eu confessei para o meu namorado que nunca tinha visto os 007 antigos, só tinha pegado o bonde com o Pierce Brosnan e seguido em frente, então ele me colocou em uma retrospectiva. Vimos Goldfinger (no Prime Video) e como pode uma personagem chamar Pussy Galore? Meus senhores, que farofa (fui entretida). E como eu coloquei ele numa retrospectiva do Wes Anderson vimos A Vida Marinha de Steve Zissou que é mais esquisito e melancólico do que eu me lembrava (no Star+). Por fim, fui ao cinema ver The Flash e honestamente? Eu curti. É divertido e não é um filme da DC feito pelo Zack Snyder, então é isso e então vi Interiores, um drama do Woody Allen. Por um lado, eu achei um filme excelente, por outro é um filme excelente do Bergman e não do Woody Allen, então não sei (obtive por meios ilegais).
De série eu vi o final de Succession, já gritei e escrevi sobre. Terminei também a quinta temporada de Marvelous Mrs Maisel (no Prime Video) e achei um final perfeito para uma série que embora as vezes tenha sido irregular vai morar no meu coração pra sempre. E depois de muita enrolação vi a última de Ted Lasso (no Apple+), achei uma bosta, mas na média a série ainda é boa e o último episódio foi bonitinho, então tá bom.
Eu estou escrevendo essa newsletter na segunda, mas quando ela chegar para vocês na quinta-feira é muito provável que eu já tenha terminado a segunda temporada de The Bear e tudo que tenho a dizer é que é o Succession das comédias, que série perfeita (vai entrar no Star+ em agosto, não quis esperar e só baixei mesmo).
O que eu ouvi: Porque o algoritmo se move de formas misteriosas, uma das minhas playlists automáticas do Spotify enfiou uma música do Noção de Nada, uma banda independente de hardcore que eu ouvi muito quando era adolescente e que foi responsável por me fazer ler Pedro Juán Gutiérrez pela primeira vez. Fui ouvir o disco que eu mais gostava deles e achei que ainda é ótimo, então fica aí pra vocês uma recomendação direto do meu ipod de 20gb de 2004.
Também ouvi muito o Tidal da Fiona Apple porque não tem um mês que eu não ouça música de mulher doida.
Em podcasts eu também estive musical e ouvi um episódio do Popcast a respeito do cenário atual de hardcore nos Estados Unidos
E esse Pitchfork Review reavaliando o Random Access Memories do Daft Punk, um álbum do qual eu nunca gostei, mas que tenho uma memória afetiva, especialmente de Happy tocando sem parar no rádio do carro que eu e uma amiga alugamos na Turquia.
Ufa! Ok, esse foi um bom mês, espero voltar no final de julho com as leituras das férias e menos filmes porque eu tenho duas semanas na Europa, um beijo pra vocês.
Achei bem proveitoso, hein? 😍
O sacrifício do cervo sagrado é um dos meus filmes favoritos da vida, até hoje não consegui botar todos os pedacinhos da cabeça no lugar de novo. Amo. Também quero muito ler Either/Or, A idiota foi uma das minhas melhores leituras do ano passado!
Adorei as indicações, quanta coisa boa ✨