Existem alguns tipos de resenhas fáceis de fazer: um livro ótimo que eu amei, um livro péssimo que eu detestei, mesmo até um livro péssimo que eu amei (é fácil explicar o afeto por algo que não merece, vamos ser honestas).
Isadora, entendo muito a sua relação com a Valeria - e da muita raiva dela mesmo. Mas eu acho que a força da história estava justamente ali, na incapacidade de revelação dela. Ela vê e se recusa a enxergar. Essa recusa, para mim, era quase uma tentativa de não rolar uma dissociação cognitiva, de não querer entender tudo o que estava de errado com ela mesma. Para mim, esse era o grande drama e o grande conflito. A incapacidade de Valéria de enxergar não fala, para mim, da falência dela como mulher dos anos 1950, mas da falência da sociedade com ela. Ela rema, rema e morre na praia - e é doído demais. Ai, desculpa o textão, é que eu amei o livro 🙈
Hahahaha, mas eu não senti raiva dela! Eu amo sentir raiva em livro, odeio todo mundo na série napolitana. O problema é que no geral eu senti apatia e desinteresse, eu não tinha raiva dela porque eu não me importava com ela, é mais por aí. Eu inclusive concordo com tudo que você disse, mas segue sendo uma história que eu acho literariamente desinteressante.
Mas eu acho que o livro é bem feito e a riqueza dele tá ai, ele permite essas opiniões e leituras diferentes e as relações diferentes dependendo do leitor e tá tudo bem! Se ele fosse um livro ruim isso não rolava
Eu adorei Caderno Proibido. Tive raiva da Valéria em muitos momentos também. Ela é antagônica com relação a seus sentimentos. Ela quer mas não quer. Ela não dá o braço a torcer por ter se descoberto através da escrita, porque ela tem crenças muito enraizadas. Acho que a intenção de Alba era essa mesma, causar esse desconforto nos leitores. Mas super te entendo. Quando tenho raiva dos personagens, acho que não gostei do livro. Hehehe. Mas sentir algo profundo em relação a um personagem, como a raiva, significa que a autora mandou bem. ;)
Ah, eu também queria gritar quando o marido a chamava de "mamãe". Queria gritar por ela!
Ah, mas eu super concordo com você que passar raiva com personagens quer dizer que o autor mandou bem e eu realmente acho que é um bom livro, como eu disse. Mas é que infelizmente eu não passei raiva, passei desinteresse mesmo hahahaha. Eu só não me importava com a Valéria depois de certo ponto, com o marido, com nada, é aí que não gostei do livro.
Isadora, o Caderno dá mesmo uma raiva a cada página. Acredito que este seja o propósito. Além disso, Mirella talvez seja o desejo, o verdadeiro proibido dessa história porque no fim a proibição da venda é mero pano de fundo para mim; todos trancados naquela casa seguindo o que manda o figurino é puro bloqueio de felicidade. Aí vem a força arrebatadora de Mirella e incomoda os reprimidos/conservadores. Ler isso, nos anos 1950, pode ter soado para as mulheres como: "que filha maravilhosa, quero ser ela". Considero feminista por isso, por ser a mulher da nova geração a que rompe com a proibição e vai viver. Tagarelei muito hahaha. Sorry. Beijos
Então, eu acho que era o propósito, mas eu não senti raiva, eu senti tédio hahahaha. Acho que sentir raiva é sinal de um bom livro, mas eu não estava interessada nem naquela história, nem aquela mulher.
Mas o bom de um livro é esse, ele causa sentimentos diferentes nos leitores. E inclusive eu acho ele um bom livro por isso, dependendo da leitora, de fato ele pode funcionar, pra mim só não rolou.
Eu estou lendo o Caderno Proibido e, estranhamente, estou gostando justamente por algumas das razões pelas quais você não gostou. Sinto como se estivesse lendo um diário achado, sem tentar analisar a autora, só entrando na sua massacrante rotina. E, ao invés de ler de uma só tacada, tenho tratado como uma leitura pontual, onde todo o dia, sem pressa, me reencontro com Valéria, um dia de cada vez. Talvez isso esteja fazendo a diferença na minha relação com a obra.
Se eu tivesse lido mais devagar, acho que eu tinha vencido o campeonato de leitura lenta hahahaha. Eu levei uns 15 dias pra terminar esse livro, o que pro meu ritmo é lentíssimo.
Mas é essa a riqueza dos livros, eu não queria reencontrar Valéria porque achei ela uma mulher chata com quem eu não queria passar meu tempo, é normal. O que acaba fazendo diferença na relação com a obra é que cada leitor é uma pessoa diferente e portanto cada história vai ser diferente em sua recepção
Isadora, entendo muito a sua relação com a Valeria - e da muita raiva dela mesmo. Mas eu acho que a força da história estava justamente ali, na incapacidade de revelação dela. Ela vê e se recusa a enxergar. Essa recusa, para mim, era quase uma tentativa de não rolar uma dissociação cognitiva, de não querer entender tudo o que estava de errado com ela mesma. Para mim, esse era o grande drama e o grande conflito. A incapacidade de Valéria de enxergar não fala, para mim, da falência dela como mulher dos anos 1950, mas da falência da sociedade com ela. Ela rema, rema e morre na praia - e é doído demais. Ai, desculpa o textão, é que eu amei o livro 🙈
Hahahaha, mas eu não senti raiva dela! Eu amo sentir raiva em livro, odeio todo mundo na série napolitana. O problema é que no geral eu senti apatia e desinteresse, eu não tinha raiva dela porque eu não me importava com ela, é mais por aí. Eu inclusive concordo com tudo que você disse, mas segue sendo uma história que eu acho literariamente desinteressante.
Mas eu acho que o livro é bem feito e a riqueza dele tá ai, ele permite essas opiniões e leituras diferentes e as relações diferentes dependendo do leitor e tá tudo bem! Se ele fosse um livro ruim isso não rolava
Eu adorei Caderno Proibido. Tive raiva da Valéria em muitos momentos também. Ela é antagônica com relação a seus sentimentos. Ela quer mas não quer. Ela não dá o braço a torcer por ter se descoberto através da escrita, porque ela tem crenças muito enraizadas. Acho que a intenção de Alba era essa mesma, causar esse desconforto nos leitores. Mas super te entendo. Quando tenho raiva dos personagens, acho que não gostei do livro. Hehehe. Mas sentir algo profundo em relação a um personagem, como a raiva, significa que a autora mandou bem. ;)
Ah, eu também queria gritar quando o marido a chamava de "mamãe". Queria gritar por ela!
Um beijo! Chegue aqui agora e já adorei sua news
Ah, mas eu super concordo com você que passar raiva com personagens quer dizer que o autor mandou bem e eu realmente acho que é um bom livro, como eu disse. Mas é que infelizmente eu não passei raiva, passei desinteresse mesmo hahahaha. Eu só não me importava com a Valéria depois de certo ponto, com o marido, com nada, é aí que não gostei do livro.
Mas obrigada pela leitura! Beijos!
Se se desinteressou, ferrou. Hahahaha.
Isadora, o Caderno dá mesmo uma raiva a cada página. Acredito que este seja o propósito. Além disso, Mirella talvez seja o desejo, o verdadeiro proibido dessa história porque no fim a proibição da venda é mero pano de fundo para mim; todos trancados naquela casa seguindo o que manda o figurino é puro bloqueio de felicidade. Aí vem a força arrebatadora de Mirella e incomoda os reprimidos/conservadores. Ler isso, nos anos 1950, pode ter soado para as mulheres como: "que filha maravilhosa, quero ser ela". Considero feminista por isso, por ser a mulher da nova geração a que rompe com a proibição e vai viver. Tagarelei muito hahaha. Sorry. Beijos
Então, eu acho que era o propósito, mas eu não senti raiva, eu senti tédio hahahaha. Acho que sentir raiva é sinal de um bom livro, mas eu não estava interessada nem naquela história, nem aquela mulher.
Mas o bom de um livro é esse, ele causa sentimentos diferentes nos leitores. E inclusive eu acho ele um bom livro por isso, dependendo da leitora, de fato ele pode funcionar, pra mim só não rolou.
Beijos!
Eu estou lendo o Caderno Proibido e, estranhamente, estou gostando justamente por algumas das razões pelas quais você não gostou. Sinto como se estivesse lendo um diário achado, sem tentar analisar a autora, só entrando na sua massacrante rotina. E, ao invés de ler de uma só tacada, tenho tratado como uma leitura pontual, onde todo o dia, sem pressa, me reencontro com Valéria, um dia de cada vez. Talvez isso esteja fazendo a diferença na minha relação com a obra.
Se eu tivesse lido mais devagar, acho que eu tinha vencido o campeonato de leitura lenta hahahaha. Eu levei uns 15 dias pra terminar esse livro, o que pro meu ritmo é lentíssimo.
Mas é essa a riqueza dos livros, eu não queria reencontrar Valéria porque achei ela uma mulher chata com quem eu não queria passar meu tempo, é normal. O que acaba fazendo diferença na relação com a obra é que cada leitor é uma pessoa diferente e portanto cada história vai ser diferente em sua recepção
Se a personagem se parecer com o robozinho de Ishiguro, é problema. Precisa falar mais nada!